Fortalecer os vínculos familiares e comunitários de 90 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e risco social, este é o objetivo do convênio “A Mudança Começa Aqui”, firmado entre o Espaço da Criança – ARH e a Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) por intermédio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SDSDH). A nova parceria teve início em 1º de junho e, ao longo de um ano, realizará diversas atividades em prol do desenvolvimento das crianças e adolescentes dos 6 aos 15 anos em situação vulnerável.
Nas palavras da presidente da entidade, Núbia Mesquita, esta iniciativa é mais um capítulo na história de serviço e cuidado do Espaço da Criança – ARH junto à cidade. “A aprovação deste projeto junto à PCR/SDSDH vem ratificar o nosso compromisso e dedicação às crianças e adolescentes com um trabalho que já dura 24 anos, e temos visto que esse esforço se fortalece cada vez mais com as parcerias realizadas tanto com os setores públicos quanto com o privado”, afirma.
Para a política de assistência social municipal, o fortalecimento de vínculos é uma estratégia para garantia de direitos fundamentais, “sobretudo para a população cujos direitos estejam sendo violados, ou com laços familiares fragilizados. Por exemplo, uma criança sem vínculos irá ficar nas ruas, fora da escola, então a volta à família é uma forma de garantir seus direitos cidadãos”, detalha a técnica pedagoga do serviço de convivência da PCR, Sara Oliveira. Outros objetivos visados pela iniciativa incluem o desenvolvimento do sentimento de identidade, pertença, socialização e fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
A parceria se dá por meio do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), que faz parte de uma iniciativa do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome juntamente com a gestão municipal. Após o reordenamento em 2014, o Serviço passou a ser executado no Recife por meio de convênios entre a PCR/SDSDH e organizações da rede socioassistencial.
Segundo a direção do Espaço da Criança – ARH, o objetivo da iniciativa é restaurar e fortalecer os vínculos familiares e comunitários das crianças e adolescentes, oferecendo um ambiente seguro para o seu desenvolvimento psicossocial, integrando principalmente a família no seu processo de crescimento e aprendizado.
Dentre as atividades previstas no projeto, estão os grupos operativos e as reuniões para diálogo com as famílias; atendimento psicossocial; visita às escolas e monitoramento da frequência. Em adição, todas as crianças e adolescentes deverão ser avaliadas pela equipe do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) e encaminhadas em havendo necessidade. O Centro de Assistência Psicossocial (CAPS) também agirá em parceria com a iniciativa para atendimento de demandas específicas. A proposta prevê ainda a realização de oficinas educativas, culturais e lúdicas, algumas que já fazem parte do currículo da ONG, como informática, artes, recreação e esportes, e outras novidades, como a aula de música e sustentabilidade, ministrada pelo percussionista Marcos Matias.
Segundo Eliane Monteiro, coordenadora pedagógica do Espaço da Criança – ARH, essas oficinas refletem a proposta de trabalho da instituição, que investe em um crescimento cultural através de ações socioeducativas. “A instituição oferece um espaço para que essas crianças possam, realmente, ser crianças. É um ambiente de respeito, em que elas podem aproveitar plenamente sua infância e se desenvolverem”, acrescenta.
Atualmente, apenas o Espaço da Criança – ARH e mais uma instituição, a Casa de Frei Francisco, foram aprovadas para prestação do SCFV, atendendo assim a um total de 210 crianças e adolescentes no Recife, com a perspectiva de ampliação dos atendimentos para mais Regiões Político-Administrativas da cidade.
Segundo a coordenadora do Serviço da SDSDH, a assistente social Laurisabel Pinheiro, “a formalização destes convênios é apenas o começo dos atendimentos pela gestão municipal a esse público, por meio do SCFV. A meta da gestão para 2015-2016 é atingir 1.400 usuários/as dos diversos ciclos etários, na perspectiva da garantia da convivência familiar e comunitária”.